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20 de outubro de 2012

SILÊNCIO: OUÇAM A VOZ DE DEUS!


No silêncio eterno, os sonhos de Deus. Cenas inimagináveis para todos nós, que não existíamos, ainda, no Princípio. Assim, o Silêncio gerou a palavra; e pela palavra, a luz, os céus, a terra e os mares foram criados. Pela palavra nascemos. Por ela vivemos; e por ela, também, morremos. Somos todos filhos do Verbo. Verbo que nos eleva para planaltos espirituais, mas que, também, nos escraviza em sombras densas e angustiantes. Verbo que se transforma em silêncio, e silêncio que se transforma em sons. Sons que nos envolvem, ora em caminhos virtuosos, ora em percursos viciosos. Somos, com efeito, reféns da palavra. Palavra de bem-querer, palavra de mal-querer. Palavra que estanca o fôlego da vida como os peixes, que, inocentemente, morrem pela boca ao serem retirados de seu habitat: a água.


Muitas vezes, amordaçamos o silêncio e não vigiamos a palavra, que, sem limites, é capaz de levarmos a abismos impensáveis. Somos, uma vez mais, traídos por verbos agudos, que nos acidentam e impedem que ouçamos outras vozes, que ecoam  em nossas consciências como sopros suaves, navegando no rastro do Infinito para nos trazer mensagens redentoras, acolhedoras e, sobretudo, necessárias para o nosso crescimento espiritual. Frases, orações, períodos; linguagens, para além dos anjos, que são revelações ígneas e incompreensíveis para aqueles que desconhecem o poder transformador da Fé, e que são fundamentais para que experienciemos, de fato e de direito, as sensações do sobrenatural. A palavra, desse modo, desde o advento da Criação, nos garantiu o acesso inequívoco ao mundo natural, onde todas as coisas e seres  manifestam-se através do nome. Todavia, é pelo trajeto enevoante e rarefeito do silêncio, que alcançamos a esfera do invisível, do suprassensível; lugar donde emanam os fios e as cordas sonoras, e que conferem tonalidade e harmonia à vontade soberana de Deus em nossas vidas, amplificando o sentido de nossa existência e solidificando os elos que nos religam ao Pai (Nosso) que está nos céus.



O silêncio - remanescente enigmático da Eternidade - transmite sua verdade imutável para todos que acreditam na maravilhosa graça, que arrebata homens e mulheres para dimensões espirituais. Fenômeno inenarrável, que pode ser descrito somente pela percepção visceral do olhar como águia que, do alto, rastreia em terra firme a sua presa. Em um mergulho radical, o alvo é atingido e o pássaro real reina triunfante nos ares. É neste silêncio que todos nós devemos imergir; é nele que devemos ancorar os nossos desejos mais íntimos, recolher a voz, marcada pela verborragia, para sentir, finalmente, a presença irrefutável do Espírito Santo, que, pairando sobre nossas cabeças, há de derramar outras palavras, outras verdades. Sensações que traduzem o que está criptografado na alma, e que Deus, ao sondar nossos corações, decifra, o que é/está velado pelo mistério para fazer ecoar em nossos ouvidos as ordens que devemos cumprir sem questionar. No silêncio, o Espírito Santo se move; e neste mover-se, que não vemos, mas sentimos, Deus age em nossas vidas, orientando-nos, ensinando-nos e indicando o verdadeiro caminho da retidão. É no silêncio que o Pai se manifesta, gloriosamente, para que saibamos, com efeito, do contínuo e indelével exercício da obediência.



Irmão da Luz, o Silêncio é uma das representações contundentes e exuberantes do Inefável; algo que o nosso entendimento, torpe e limitado, jamais compreenderá. Somos apenas testemunhas dele; somos receptores, antenas de carne e osso, e, por isso, devemos estar sintonizados com as ondas espirituais que, incessantemente, vêm de lugares sem fim e invadem nossos corpos, através da escuta. Escuta mais do que necessária; permanente; vital; ato que nos mantém conectados à densidade espiritual, imperceptível pelo olhar, mas perceptível pela alma quando estamos todos inclinados para receber o maior milagre da vida: a voz de Deus. Voz do chamado; voz do diálogo; voz do acolhimento; voz do amor; voz do perdão; voz do silêncio. Mas, o silêncio tem voz? Sim, paradoxalmente, a voz do Senhor existe e se faz presente, em nossas vidas, através do silêncio! Deus não conversa com seus filhos quando estes oram.  Na oração, Deus é ouvinte. Sempre foi, sempre será! Deus emite a sua voz silenciosa e arrebatadora quando Ele decide o quê, por quê e quando quer nos falar alguma coisa; qualquer que seja o fato, qualquer que seja a ordem, que, em última análise, deve ser cumprida. O silêncio é a ponte que nos liga aos céus; é, acima de tudo, o cordão translúcido e prateado que nos religa a Deus.


Para escutar a voz de Deus, devemos, portanto, estar em vigília - estado que nos habilita para transcendermos as barreiras físicas dos nossos corpos e sentir a genuína unção, que o Pai tem reservado para todos nós, que não desistimos da busca, pois esta, também, é validada pelo profundo silêncio que nos abarca. Ao esvaziarmo-nos completamente, o espírito sobrepuja a carne e somos unidades autônomas de luz, que iluminam espaços, esferas, círculos que antes desconhecíamos quando estávamos sob o domínio portentoso da palavra. Na ausência do verbo audível, o silêncio que dialoga com a nossa essência mais recôndita e que ainda permanece na incorruptibilidade - marca tangencial a nos aproximar da imagem, que Deus nos concedeu, e na semelhança, que Dele herdamos, ao sermos formados do pó em tempos primevos. Assim, fluídicos como o Espírito Santo, ouvimos a voz de Deus, imponderavelmente, pois cremos no invisível. Ouvimos a voz Dele sem falar, porque silenciar-se é, de forma inconteste, um dos princípios da Sabedoria. Abrimos nossos corações para que a Sua palavra, em silêncio, habite e transforme nossas vidas a fim de que sejamos os verdadeiros portadores das Boas Novas na Terra, onde há muitos olhos cegos, muitas línguas maledicentes e muitos ouvidos surdos.


Deus, nosso Pai Maior, nos ouve o tempo todo, e de forma incondicional. Rogamos pelo coração a Sua presença em nossas vidas, suplicamos pelo pensamento o Seu socorro, clamamos pelas orações na hora da dor, e imploramos por Sua intercessão nos momentos de angústia. Entretanto, a nossa natureza, tendenciosamente má e inclinada à descrença, impede que ouçamos a voz de Deus em meio à turbulência e às instabilidades que nos afligem. Os medos agigantam-se e as ondas do mar parecem encobrir a fé, que pensamos ter, mas que, em verdade, é uma ilusão diante das provações pelas quais passamos para que saibamos, efetivamente, que devemos cerrar nossos lábios, prostrar nossos corpos, em sinal de temor, adoração e louvor; e, assim, receber a mensagem que vem Daquele, que jamais nos desampara quando a solidão nos persegue como sombra crepuscular.


Deus, em sua grandeza incomparável e pairando como entidade suprema na própria eternidade, concebeu a Vida, que pulsa, freneticamente, nas vagas insondáveis do Universo. Em momento solo, o Pai, em profundo silêncio, do caos absoluto criou os ciclos que nunca cessam; espaços que englobam seres, mundos e forças imperiosas: todas, filhas legítimas do silêncio. Assim, Deus ouviu a Si; e, em um ato colossal,  destruiu abismos e arrancou das densas trevas a poderosa luz, que atravessa formas corpóreas e incorpóreas.


Para ouvir a voz de Deus é necessário que ouçamos a nossa própria voz, pois este feixe de luz, que  verte milagrosamente de nosso interior, é a memória pretérita, que o Pai semeou em nossos corações para que nunca esqueçamos do sentido real de nossas vidas sobre a terra. Qual seja: um dia, ao sairmos dos sonhos do Pai para habitarmos o mundo perfeito, que Ele criou, recebemos Dele a dádiva irrecusável, que é serví-Lo Adorá-lo em sua plenitude. O silêncio de nossa voz é a voz silenciosa de Deus em nossos ouvidos espirituais.



Antes da vida, o silêncio; depois dela, também o silêncio; mas Deus continuará, perpetuamente, falando em silêncios! Silêncios intermináveis...


Silêncio: é tempo de ouvir a Sua voz...


30 de dezembro de 2011

2012: O ANO DO TRIUNFO!


Aclamado como o ano apocalíptico, segundo várias interpretações sobre várias profecias correntes, que anunciam a data como o período de transformações profundas na Terra, seja no plano físico, seja no plano espiritual, o ano de 2012, por esta característica já carrega um epíteto singular: Fim. Fim de quê? Fim por quê? Fim para quê? Indagações ricocheteando nas vagas do pensamento medonho do Homem, provocando ecos, que parecem não ter, literalmente, fim e conduzindo, em histeria coletiva, populações ao abismo de seus próprios devaneios; verdadeiras marés que mudam o curso de suas águas turbulentas, talvez por falta total de informação, crença ou, por uma forte vocação à escatologia oportunista.


A moda, nestes últimos tempos, é falar sobre o ano de 2012. É politicamente correto discorrer sobre as retumbantes profecias baseadas no famoso calendário maia, cujo fim, mais uma vez o fim, é marcado pelo dia 21 de dezembro do ano que abrirá suas portas para o mundo, em que reinará soberano como second time da década, no novo milênio. Debater sobre o complexo 2012, que envolve o exercício futurista acerca de uma hecatombe, de ordem planetária, ou a possível chegada de uma frota de naves estelares, abarrotada de alienígenas, como apregoam muitos por aí, completam, definitivamente, o painel eclético, polivalente e babilônico sobre o ano, que, para outros tantos, é mais um ano a figurar na esteira numerológica da Humanidade. Alguém duvida disso? O fato é que nunca foram vistos tantos Tomés espalhados no planeta como nos últimos anos. É ver para crer! 


O fim sempre existiu e sempre existirá. A lei universal é cristalina: todos os corpos, todos os entes e todos os seres, um dia, nascem, crescem e terminam seus ciclos em algum ponto da circunferência, que denominamos fim. Este texto, a algumas linhas, por exemplo e de forma óbvia, chegará a um ponto final como tudo na vida, na Terra e no Cosmo. Por que falar de fim, então, se ainda estamos na travessia? Quem está devidamente autorizado para aferir o quantum da caminhada do Homem, na trilha cósmica, seu ponto de partida ou o seu destino final? Por que temer o fim se nem sabemos quando tudo começou? Por que não sentimos medo da origem, e, sim, do final, se nem, ao menos sabemos, quando o evento fatal acontecerá?


O esquecimento que se deu no princípio de todas as coisas, adormecendo consciências, elos vivos e entidades espirituais, deveria ser o grande vilão da estória; entretanto, o ser humano inverte a lógica do absurdo. Investe e aposta obsessiva e progressivamente num futuro, que ele prediz ser trágico, condenando este último ao terror eletrizante, ao medo global e ao desespero desenfreado. O labirinto sem saída só pode ser creditado à natureza inclinada do Homem, que tende ao desvio, à vertigem, e, lamentavelmente, à queda. Mais tenebroso, portanto, que o ano de 2012, é esta marca bestial do Homem, que, ao pecar, no início dos tempos, se tornou errante na terra apocalíptica, que sua própria existência amaldiçoou por ter optado pelo atalho chamado desobediência.


Ao invés de vivenciarmos o fim, vivamos o meio como diz a letra de Gita, a antológica canção do nosso eterno Raul Seixas: "Eu  sou o início/ o fim / e o meio.." .O poeta arrebata-nos, golpeando-nos com uma sensibilidade ímpar e divina, simultaneamente. Ele nos convida para que sejamos o meio, sim, mas juntamente com o início e o próprio fim. Por quê? Porque o início jamais existiu, como o fim e tampouco o meio. Não há princípios, não há meios e, por conseguinte não há fins. Há tão somente a certeza da caminhada rumo ao conhecimento de si; à busca de um paraíso interior, que, indelevelmente, nos conduzirá a um lugar sem nome, sem medida, sem fim, e que nos acolherá como partícula de Deus, ressoando com a melodia que sempre foi entoada pelas cordas infinitas que sustentaram o próprio universo.


O ano de 2012, como todos os outros, é mais um número empilhado sobre todos seus antecedentes. Nascerá, cumprirá o seu papel, mas não morrerá! Dará lugar a seu irmão, que, por sua vez, impedirá que a roda da fortuna pare de girar, pois o tempo não para - Viva Cazuza! O futuro há sempre de repetir o passado, e no museu haverá sempre grandes novidades, pois o mundo não passa de meras repetições. Os povos mudaram, as épocas mudaram, as roupas, também, mas o ser humano não mudou! O ano pode ser novo, mas o Homem continua velho, decadente, corrupto e hipócrita! O amor ao próximo, a caridade, o respeito às diferenças e a verdadeira fraternidade espiritual: onde estão? Finalmente, estarão em 2012? Quem viver, certamente verá!


Deus criou um estado imortal: sem fim. Sem esta dádiva, jamais daríamos um passo na trajetória das conquistas, em meio a adversidades, declives e possíveis tropeços aos quais estamos todos sujeitos; sem este elemento sobrenatural, que é inerente a todo ser humano, não sobreviveríamos, nem à mais temível catástrofe, ainda que esta última fosse o dia do juízo ou o fatidíco 21 de de dezembro de 2012 - a implacável data na qual o mundo acabará! Somos todos filhos da ESPERANÇA, provavelmente uma das forças mais potentes do Cosmo, e que deve ter sido soprada, juntamente com nossa existência efêmera, em nossas narinas quando o Altíssimo nos formou do barro informe.


A esperança, por jamais morrer, nos dá a certeza inquestionável da vitória, qualquer que seja o fim, pois o fim, neste caso, não será uma ameaça, mas apenas parte do processo. E ser parte do processo é ter a certeza absoluta de que a esperança fortalece a nossa fé, enrijece a nossa caminhada e consolida o amanhã não como o mistério ou o desconhecido, que pode nos amedrontar, mas como o triunfo que alonga as nossas mãos, permitindo que alcancemos as láureas que a vida nos reserva.


Que o ano de 2012 seja o fim; o fim de um ciclo de 365 dias, porque ele terminará, sim, como muitos de nós, fisicamente, mas a esperança não chegará ao fim; ao contrário, continuará sempre viva como a luz, a sabedoria, a paz, o amor e a fé! E que o triunfo seja a marca imponderável dos que continuarem na marcha da vida e a saudade daqueles que terminarem seus ciclos, sob a coragem, o destemor, a humildade e a galhardia - características que transformam heróis e heroínas em verdadeiros exemplos de vida!



Que venha o ano de 2012! Que venha o Ano do Triunfo!

Queima de fogos e artifícios na Praia de Copacabana - Rio de Janeiro.


Feliz Ano Novo! (Português)

Feliz Año Nuevo! (Espanhol) 
                         
         Bonne Année! (Francês)

                      Buon Capo d'Anno! (Italiano)

                                Happy New Year! (Inglês)

                                            Gutes Neues Jahr! (Alemão)

                                                       Kainourios Chronos! (Grego)

                                                                          Annum Faustum! (Latim)

                                                             Shanah Tovah! (Hebraico)

             Akemashite Omedetou Gozaimasu! (Japonês)

                         Xin nian yu Kuai! (Mandarim)

 Bonan Novjaron! ( Esperanto)

17 de setembro de 2011

AS LÁGRIMAS



As lágrimas foram criadas por Deus para brotarem dos olhos! Podem parecer a expressão da dor, mas são, na verdade, águas límpidas, mananciais vivos, que lavam nossas almas e renovam a nossa visão espiritual!

Ao chorarmos, o Pai as enxuga; e ao recolhê-las, Ele nos acolhe em Seus braços.




As tempestades não são eternas, e as lágrimas evaporam com o vento! Livres dos tormentos, renasce em nossos corações a esperança - o segredo excelso de Deus, que nos torna vitoriosos todos os dias para a batalha! 

O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. 
Salmos 30 : 5

4 de setembro de 2011

MÃOS, POR QUE AS TEMOS?




Nós, que somos absolutamente normais, e passamos longas horas reclamando da vida, muitas vezes, sem quaisquer motivos, esquecemos que somos seres completos. Nessas horas, somos tragados pelos sentimentos de pequenez e  pessimismo, responsáveis pela fragilidade e pela covardia diante de problemas, que não passam de meras gotas com prazo de validade a vencer no espaço: ou seja, a evaporação!

Para escrever este texto, por exemplo, e que, certamente, você está lendo, eu tive de usar, e muito bem, é claro, o par de mãos que eu tenho; e você usou as suas, igualmente, para ligar o computador, acessar a rede e desaguar, não por acaso, nesta página aparentemente virtual; talvez movido ou movida pela curiosidade, que, também, não mata, ou, quem sabe, por outro motivo que só você sabe. 

Neste momento, uma simples tela está se comunicando com você. As mãos não podem falar assim como as telas dos nossos personal computers, que também não falam; e aqui não há qualquer novidade, pelo contrário, tudo parece ser óbvio, extremamente lógico. Mas não é, meu amigo ou minha amiga! As mãos estão conversando com você, através destas palavras legendadas neste pequeno quadrado; e você só consegue recebê-las, e, portanto, lê-las, porque você move a barra de rolamento do seu pc ou usa o mouse, tão vivo quanto as suas mãos, e que é o seu companheiro fiel nas horas quase infindas de internet.

Você deve estar pensando: "mas para onde estas palavras querem me levar?" ou: "será que estou perdendo o meu precioso tempo, lendo algo tão lógico e desnecessário?" Não, não, pois a primeira noção de realidade que transmito para você agora é a de que as maiores verdades da vida e do mundo estão na obviedade das coisas. 

Pense comigo: como seria o mundo se as mãos não existissem? Bem, o senso lógico e imediato já nos deu a resposta! Todos nós seríamos manetas, aleijados, multilados! Quase uma tragédia, não é mesmo? É como se nossas mãos fossem irmãs gêmeas, e uma delas morresse ou simplesmente não tivesse vingado na vida. De todo modo, faltar-nos-ia um pedaço, e um pedaço essencial.

Você deve, em uma fração instântena de segundos, ter vislumbrado a possibilidade ser um sujeito sem uma das mãos ou sem as duas. Seríamos iguais a todos os pássaros; e, para sermos mais domésticos, pareceríamos com as galinhas. Desenvolveríamos bicos pontiagudos no lugar da boca, com direito a superdentes para abocanhar tudo de uma só vez! Asas? Não. Com certeza, o Criador não concederia essa honra à perversa criatura, que é o ser humano, porque somente o bico já causaria um estrago enorme, pois egoístas e malvados que somos, bicaríamos tudo: de coisas a pessoas. E se tivéssemos asas, um dos mais célebres e sábios ditados seria alterado, radicalmente.  Atente: errata - onde se lê: "Deus não dá asas a cobras",  lê-se: "Deus não dá asas a Homens."

Perseguindo este pensamento, é fácil concluir: o planeta Terra seria um imenso fundo de quintal, e a Humanidade, cada vez mais degradada, material e espiritualmente, disputaria ferozmente cisco a cisco no chão, que, um dia, abriria sua bocarra e nos engoliria a todos quando morrêssemos: pessoas com mãos, sem mãos, galinhas, serpentes voadoras, pestes; enfim, tudo que prestasse e não prestasse, é claro!

Uns usam as mãos para agradecer, outros para ofender; uns para acariciar, outros para bater; outros usam as mãos para ajudar, outros tantos para prejudicar; há aqueles que estendem as mãos para socorrer como também há os que recolhem para se omitir; há aqueles têm mãos abertas, e os que têm mãos fechadas; há os que suspendem as mãos e outros que abaixam as mãos; há mãos que dão adeus e mãos que mandam embora; mãos que ordenam e mãos que obedecem. Mãos juntas, casadas, indicam oração; mãos cruzadas sobre o peito é sinal de morte; mãos para o alto podem ser assalto à vista, ou, também, manifestação de felicidade ou de louvor a Deus; mãos presas na face, ocultando os olhos, podem ser mãos que enxugam lágrimas ou aquelas que escondem a vergonha. Mãos que apontam podem ser mãos julgadoras, mas, se estiverem acompanhadas com objetos metálicos, podem estar segurando armas! Sim, armas! E armas, pelo que sabemos, matam! Não inventaram armas que ressuscitam pessoas, ou será que já fizeram isso e eu estou desatualizado?! É verdade: há mãos que possibilitam a vida e há mãos que promovem a morte. Mãos que clamam pela paz e mãos que vão à guerra!

Meu amigo, minha amiga; leitores deste texto, que pretende ir além das minhas mãos gêmeas, que, freneticamente, dançam sobre o teclado. Reflitam comigo: para semear a Fé, que tanto buscamos dentro de nós, temos de lançar, corajosamente, nossas mãos terra adentro! Sim, no solo que existe em cada um de nós; silencioso, imensurável, fértil, e que jaz em nossos corações! A sentença é: lavrar a terra, plantar as sementes e colher os frutos. Mas será que este princípio está completo? Não! Vamos completá-lo, então: lavrar a boa terra, plantar as boas sementes e colher os bons frutos! Lembrem-se de que BOM é sinônimo de perfeição! 

Na maioria das vezes, nossas mãos têm sua natureza corrompida; não porque são vivas e, por conseguinte, sejam autônomas e independentes de nossos desejos, em nossos corpos, mas porque a nossa mesquinhez é capaz de transformar nossas mãos angelicais em dois monstros diabólicos, que buscam um fim comum: a destruição. A destruição do Outro, da Natureza, dos valores da vida e dos sentimentos nobres, que alongam o nosso espírito e nos aproximam de Deus. Mãos usadas para o Mal. 

Nossas mãos, meus caros leitores, foram feitas para o bom plantio; para derramar em terra firme a boa e promissora semente, que, sendo filha da ESPERANÇA, é a garantia vindoura para que os bons frutos sejam colhidos da árvore, que um dia plantamos, no tempo certo.

Deus nos deu, gratuitamente, as mãos para acalentar, abraçar, acolher, recolher, agradecer, suplicar e conceder perdão. As mãos, dádivas do Eterno em nossas vidas, existem, definitivamente, para adorar o Criador, bendizê-Lo, honrá-Lo, glorificá-Lo; e, sobretudo, para AMAR e ABENÇOAR o próximo.

O bom semeador é aquele que lança, indistintamente, as sementes no solo, espera o bom tempo da colheita, com paciência, colhe os frutos, e os reparte entre aqueles que necessitam. Se as sementes sobrarem, caros semeadores, doe-as, porque, com certeza, haverá no mundo pessoas que têm mãos e não sabem usá-las, e pessoas que têm mãos e não têm sementes para plantar!

Qual é a vastidão do campo interior que há dentro de você? Quantas sementes você tem? Quantos frutos você quer colher?

Saibam, lavradores do bem, que a nossa FÉ é do tamanho do sentimento de compaixão, que devemos cultuar em nossos corações,  pois a nossa VITÓRIA terá a dimensão infinita da nossa bondade. 

Para ter fé é preciso ter piedade; para ser vitorioso é necessário ser bom. Boas sementes só podem dar bons frutos! Eis aí o segredo: a FÉ é a chave da VITÓRIA!